Por Denise Luna
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Depois da surpresa da indicação de Murilo Ferreira, um ex-funcionário, para presidir a Vale, o mercado volta suas atenções para os investimentos da empresa, que foram alvo de críticas do governo no passado recente, por não estarem alinhados aos interesses de Brasília.
Em geral, investidores e analistas receberam de forma positiva a indicação de Ferreira, mas mantiveram cautela sobre os futuros desdobramentos da mudança na companhia. Preferem esperar para ver.
Além disso, é possível que a troca no comando provoque mudanças no nível de alta direção da mineradora, já que Murilo Ferreira deixou para trás dois executivos na ativa na companhia, Tito Botelho Martins e José Carlos Martins, cuja permanência na empresa agora gera dúvidas entre os acionistas.
"Principalmente o Martins (José Carlos) já passou pela mesma situação na CSN, quando Steinbruch preferiu a Maria Sílvia (Bastos Marques). Não sei se ele fica depois dessa", disse uma fonte que acompanhou de perto o processo de sucessão da Vale e pediu anonimato.
A saída da diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos, Carla Grasso, no entanto, muito ligada ao atual presidente da Vale, Roger Agnelli, já é dada como certa, segundo a fonte.
Assim, possivelmente com uma diretoria em ajustes, Ferreira assumirá em maio com o estigma de ser mais afinado com o governo e por isso ficará na mira do mercado. A prova final, na opinião de analistas, só poderá ser tirada no decorrer do ano.
"A gente vai ter que ficar acompanhando e ver os novos sinais que ele vai passar. Vamos ver Belo Monte, o cronograma de investimentos, se vai ter algum anúncio de revisão, tem que ver se vão ceder nos royalties. Aos poucos vamos ver os sinais", avaliou Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.
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