domingo, 10 de abril de 2011

Bono Vox homenageia vítimas do Realengo no show do U2 em São Paulo


As nuvens pareciam ficar mais carregadas sobre o estádio Murumbi. “Não vai chover, porque está ventando. Só chove aqui em São Paulo quando o tempo fica abafado”, afirmou um paulistano, aparentemente acostumado com o clima da cidade. Pouco depois das 20h, a banda Muse subiu ao palco. Naquele momento, as primeiras gotas começaram a cair do céu, e rapidamente se tornaram mais intensas. A chuva era fina, mas constante, e permaneceu durante toda a apresentação do grupo. Será que o tal paulistano metido a meteorologista tinha uma capa impermeável?

Apesar da chuva, a banda conseguiu manter o público animado. Um grupo de amigos cantava animadamente quase todas as músicas do repertório, enquanto algumas pessoas próximas diziam-se surpresas com a qualidade do repertório. É verdade que um fã do U2 gritava pedindo pelo término da apresentação e a rápida aparição dos músicos irlandeses. É realmente impossível agradar a todos...

Durante o intervalo, a chuva parou. O céu foi clareando aos poucos, e quando as primeiras imagens de Bono apareceram nos telões, com o palco ainda vazio, quase não havia nuvens sobre os milhares de fãs, ansiosos como nunca pelo começo do show. Mas a ansiedade duraria pouco. Em questão de segundos, os versos da canção Even Better Than The Real Thing começavam a sair das caixas de som, para o delírio das dezenas de milhares de presentes.

HI-TECH
O grande atrativo da turnê U2 360° está na combinação entre os hits e a presença de palco da banda com a impressionante infraestrutura montada no Morumbi. O palco, posicionado no centro do estádio, dispõe de mecanismos giratórios, capazes de fazer com que os fãs posicionados em todos os lados consigam ver os artistas. Os equipamentos são um show à parte: os telões são divididos em peças sextavadas, que se desencaixam e se movimentam no sentido vertical, enquanto a altíssima definição torna possível ver detalhes de impossível percepção à distância. As luzes complementavam o clima tecnológico da apresentação.

HITS
Os pontos altos ocorreram nas músicas Walk On, Where The Streets Have No Name, Beautiful Day e na tradicional With or Whidout You. Nesses momentos, todo o Morumbi parecia cantar em uma só voz, formando uma atmosfera que só pode ser entendida por quem já esteve em um espetáculo do porte do show do U2.

Bono fez referência aos Beatles e puxou a canção Help. O vocalista ainda convocou os fãs a cantar um Parabéns pra você a Julian Lennon, filho de John Lennon. Ao final da apresentação, o sempre engajado grupo irlandês homenageou os mortos na tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro. Os nomes de todas as vítimas surgiram no telão, enquanto o vocalista lamentava as perdas ao som de Moment Of Surrender.

CASQUINHA
Bono voltou a posar de galã no retorno ao Brasil. O músico puxou uma fã para o palco, assim como ocorreu na turnê de 2006. Mas dessa vez não houve beijo, para o desespero da moça. Ela bem que tentou, e se manteve bem próxima ao líder do U2 durante o tempo que pôde. Mas o máximo que conseguiu foi recitar os versos “serei feliz, bem feliz”, de Carinhoso, música de João de Barro e Pixinguinha, junto com o ídolo. Clima de romance, que não se concretizou.

Por Alexandre Carneiro, do Portal Uai


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