domingo, 29 de julho de 2012

EL TIGRE conhece JoAnne. Apaixona-se e emprenha a aeromoça holandesa de inenarráveis atributos

Well, once upon a time um caozinho canalha com cara de sofrido é enviado ao LAX, o aeroporto de Los Angeles, por um médico a quem naquela época - início dos anos 70 - atendia como motorista em Beverlly Hills. - Vá ao aeroporto buscar minha meiga sobrinha. Ordem dada, processada e obedecida. Com o ar condicionado a milhões e o teto solar aberto, El Tigre seguia aquele emaranhado engarrafado de LA com uma charola de respeito entre as mandíbulas. Estacionou na área VIP. Aprumou-se dentro do fardamento, rabiscou o nome da moça em uma cartolina reservada no porta-luvas justamente para essas ocasiões e dirigiu-se à ala C onde o vôo da KLM acabara de chegar da Europa, após escala em Chicago. Uma cavala de quase um e oitenta atravessa o saguão do aeroporto em direção à plaquinha com seu sobrenome destroncado escrito com pincel atômico. A moçoila, linda em seus 19 anos arrebatou o pobre coração canino. 

Os olhos vermelhos de El Tigre escondidos sob a aba do quepe azul marinho que encobria-lhe o cenho introjetaram na moça um sentimento psicodélico, cuja descoberta nos cafés de Amsterdão lhe era recente. - Oi, você deve ser El Tigre, balbuciou charmosamente. Os olhos não eram verdes ou azuis, eram quase cinzas, duas pérolas translúcidas. A jovialidade escondia qualquer traço do presumível cansaço transcontinental que um vôo daqueles impunha. Abriu a porta traseira para a potra entrar. Ela regateou: - vou na frente com você, é minha primeira vez em LA, arrematou desinibida. Bagagem acomodada e JoAnne instalada ao seu lado puxa a saia plissada até a altura das coxas roseadas e lisas, solta a cinta liga que era parte do uniforme cor de Crush e mexe no dial. - Qual a rádio mais rock'n roll? perguntou emendando : - só ouço blues quando queimo um baurete e transo sem pressa. El Tigre aquela altura já estava perdidamente apaixonado. Linda, jovial e charoleira. - Você tem unzinho? Atropelado pela pergunta, o cão safado não acreditou no que ouvia, e depois de um demorado lapso de infinitos cinco segundos, rompeu o silêncio que lhe embaraçara as idéias enquanto ainda seguiam pela 405 em direção a Santa Monica Boulevard: vamos até Malibu, baby, disse (To Be Continued - ela fuma e pede para ele botar uma rádio blues e procurar um lugar tranquilo pra encostar o carro - só falta pular pro olímpico espaço de trás da limousine e consumar o amor de sua vida - êta cão tapado que não percebeu que era um plano, mas quem não cairia; o patrão médico estava mais para Mr Hyde. As trepanações do Dr. das estrelas. JoAnne seria fruto das experiências macabras de seu patrão? Seu filho teria servido de inspiração ao Bebe de Rosemary? Em breve no MAISBARULHO)

Cenário Sombrio Apropriado à Ponte Velha

Beauty Island, but... This bridge is a cause and pretext of robbery worm, endless!!!

sábado, 28 de julho de 2012

EL TIGRE vai ser pai. A mãe é aeromoça da KLM. Diz ele!!!



El Tigre, mi perro charolero tweetou um chamado meio desesperado. Estaria em Venice pelas duas daquela tarde outonal no Zindee, nosso tatooador taitiano predilecto. Alguma urgência assanhava-se na mensagem limitada por 140 caracteres. Voltando no tempo: chegamos el Tigre e eu nos idos de 70 na Califórnia. Lá ele vivia como motorista de limousine das mais ecléticas celebridades. Especialmente, as mais detonadas e promíscuas. Arranjava uns trampos de sobra para um jornalista que queria ser um famoso escritor... well, Eu. Sem talento aparente, agentes ou histórias interessantes, exceto aquelas testemunhadas nas madrugadas de Hollywood... Well... a história do tweet é papo trouxa. Estacionei a Triumph nos fundos da liquor store do HJoe aonde deixei o capacete coquinho. Desci com vagar a ruela que levava ao estúdio, em direção ao popular passeio público aonde peitudas tipo Bay Watch, skatistas e surfistas fakes desfilam em séries e filmes hollywoodianos.. El Tigre estava com o olhar esquisito. Rubros como sempre. Injetados como que de sal mediterrâneo. O rubor rubiáceo era diferente. Não era da marafa que o perro marafeiro era adepto em tempo integral. A agulha de sua nova tatuagem sequer encontrava seu couro pulguento. Porém, seus olhos marejavam. Mirou-me severo, com a inglória e óbvia tentativa obnubilada dos bêbados, doidos e drogados de convencer um sóbrio babaca. Disse na lata: vou ser pai!!! E a aeromoça holandesa da KLM estaria grávida de um híbrido muito freak... El Tigre me olhava com olhos de uva, JoannAnne lhe esperava a apenas 15 kms de Amsterdão e eu seria o padrinho desse enlace. To Be Continued (listen In The End - Linkin Park)

DAURO VERAS sobre o filme "On The Road" e os Coments, inclusive do subscritor


18
jul
12

On The Road no cinema

Vi ontem On the road, a adaptação de Walter Salles do famoso livro de Jack Kerouac. Inevitável comparar as duas obras, mesmo correndo o risco de cometer uma injustiça com o filme (gostaria de saber a opinião de quem o viu, mas ainda não leu o romance).  Reconheço o mérito de Salles pela coragem de ter encarado o projeto de levar pra telona um dos ícones da literatura americana. Botar a cara a tapa merece o nosso respeito. E o resultado está longe de ser um fracasso. Ficou bacana, bem realizado. Mas…
Confesso que o filme não me fisgou pela emoção, ao contrário do efeito arrebatador e apaixonante do romance de Kerouac. O filme é tecnicamente sofisticado, fiel à história, as locações são lindas, os atores convencem, o ritmo é ágil como o jazz que embalou aquelas aventuras. Mas faltou algo que é até difícil definir. É como comparar a euforia de estar na estrada com a descrição da euforia. Talvez tenha faltado um mergulho mais radical na psicologia de Sal e Dean. E você, o que achou?

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4 comentários:

  1. Em 28/07/12, 21:25LesPaul disse:
    Dauro, com ou sem argumentos acadêmicos eu sou mais hedonista nas escolhas, e assim, se é ou não datilografia, como disse Capote e seu (nosso) A Sangue Frio(também acusado de literato e não de jornalista) é uma astronômica bobagem pretenso intelectual. O Kerouac escrevia vertiginosamente e não era novidade lhe faltar técnicas exigidas pelo rigor formal, às vezes estéril. Henry Miller fez o mesmo uma década antes e as resenhas e literachatices dos Cadernos B e II sempre vão na falta de alma do personagem X, do estilo blá-blá-blá… Deve ser chato pra caraglio não poder curtir um simples blues e suas pausas perdidas de imensidão, porque não é a dodecafonia de Schönberg … pohha, como é bom viajar com Sam Spade, ou um longo adeus de Chandler ou o Falcão Maltês de Hammett. Acho que tem gente que acha que a tinta de sua BIC é de ouro. Sal era o alter ego de uma penca de miquinhos amestrados; quem viveu alguma privação, seja a da Ia. ou IIa. Guerra ou do desemprego do pós-guerra, entenderia melhor. Não basta Jack Kerouac e Ginsberg e um almoço Pelado com Burroughs ou as piranhas venéreas de Bukowski, nem o verdadeiro jornalismo de Jack London (visitar sua casa no outro lado da Baía de São Francisco é interessante, especialmente se seu guia for um cachorro muito doido)… Tudo isso apenas pra dizer que mesmo não estando o filme à altura do livro ou da emulação que se esperava da leitura feita há muito tempo pela maioria dos que identificam On The Road com parte de sua vida, de seu trajeto, o resto é bpobagem. Gostar do livro, simples como ele é, escrito corrente cálcamo no sótão da tia em NJ, ou curtir o filme com um balde de pipocas matando a larica, tanto faz. Falta justamente o desprendimento da xaropisse acadêmica. abraço @Lespaulcorvette
  2. NO ORIGINAL :  http://www.dauroveras.com.br/artes/on-the-road-no-cinema/comment-page-1#comment-6882