Riqueza garimpada no
BLOG DO ORLANDO TAMBOSI
Para que serve a literatura?
A literatura tem algum significado para a vida? Quem responde é o professor francês Antoine Compagnon, observando que nas escolas "os textos documentais invadem seu espaço, quando não o devoram":
Num pequeno, muito pequeno livro, que se pode “ler numa viagem de comboio ou a uma mesa de café” (nota dos coordenadores de edição), este professor de Literatura Francesa Moderna e Contemporânea, entendendo que se deve pensar sobre o assunto, avança várias respostas que me parecem de grande interesse a quem tem responsabilidades educativas.
Inspirando-se em Zola, afirma que “a literatura constitui um exercício de pensamento e experiência de escrita”, que “corresponde a um projecto de conhecimento do homem e do mundo” (página 24).
“Lemos porque, mesmo se ler não é imprescindível para se viver, a vida se torna mais livre, mais clara, mais vasta para aqueles que lêem do que para aqueles que não lêem" (página 24). "Com a literatura (…) o exemplo substitui a experiência, para inspirar máximas gerais ou, pelo menos, uma conduta em conformidade com tais máximas” (página 31).
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“Ela liberta o indivíduo da sujeição às autoridades, pensavam os filósofos. A literatura é de oposição: ela tem o poder de contestar a submissão ao poder. Enquanto contra-poder, ela revela toda a extensão do seu poder quando é perseguida” (página 32).
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“A literatura, enquanto instrumento de justiça e de tolerância, e a leitura, enquanto experiência de autonomia, contribuem para a liberdade e para a responsabilidade do individuo, valores esses, das Luzes, que presidiram à fundação da escola republicana” (página 31). A “literatura, simultaneamente sintoma e solução do mal-estar na civilização, dota o homem moderno de uma visão que vai além das restrições da vida diária"(página 33).
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“O poeta e o romancista dão-nos a conhecer o que estava em nós, mas que ignorávamos por nos faltarem as palavras” (…) “dispõe do poder (…) de desvendar uma verdade não transcendente, mas latente, presente em potência escondida fora da consciência, imanente, singular e até então inexprimível” (página 35-36).
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Por tudo isto e muito mais, Compagnon defende que “urge fazer novamente o elogio da literatura, protegê.-la da depreciação, na escola e no mundo” (… ) Enquanto fonte de inspiração, a literatura ajuda o desenvolvimento da nossa personalidade ou à nossa ‘educação sentimental’(…) Ela permite aceder a uma experiência sensível e a um conhecimento moral (…). Já que o próprio da literatura é a análise das relações sempre particulares que unem as crenças, as emoções, a imaginação e a acção, ela contém um saber insubstituível, circunstanciado e não resumível acerca da natureza humana, um saber das singularidades” (página 31). .
"A literatura deve, desde logo, ser lida e estudada pelo facto de proporcionar um meio – alguns dirão mesmo o único – de preservar e de transmitir a experiência dos outros, os que estão afastados de nós no espaço e no tempo, ou que divergem de nós pelas condições de vida.” (Continua).
Num pequeno, muito pequeno livro, que se pode “ler numa viagem de comboio ou a uma mesa de café” (nota dos coordenadores de edição), este professor de Literatura Francesa Moderna e Contemporânea, entendendo que se deve pensar sobre o assunto, avança várias respostas que me parecem de grande interesse a quem tem responsabilidades educativas.
Inspirando-se em Zola, afirma que “a literatura constitui um exercício de pensamento e experiência de escrita”, que “corresponde a um projecto de conhecimento do homem e do mundo” (página 24).
“Lemos porque, mesmo se ler não é imprescindível para se viver, a vida se torna mais livre, mais clara, mais vasta para aqueles que lêem do que para aqueles que não lêem" (página 24). "Com a literatura (…) o exemplo substitui a experiência, para inspirar máximas gerais ou, pelo menos, uma conduta em conformidade com tais máximas” (página 31).
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“Ela liberta o indivíduo da sujeição às autoridades, pensavam os filósofos. A literatura é de oposição: ela tem o poder de contestar a submissão ao poder. Enquanto contra-poder, ela revela toda a extensão do seu poder quando é perseguida” (página 32).
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“A literatura, enquanto instrumento de justiça e de tolerância, e a leitura, enquanto experiência de autonomia, contribuem para a liberdade e para a responsabilidade do individuo, valores esses, das Luzes, que presidiram à fundação da escola republicana” (página 31). A “literatura, simultaneamente sintoma e solução do mal-estar na civilização, dota o homem moderno de uma visão que vai além das restrições da vida diária"(página 33).
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“O poeta e o romancista dão-nos a conhecer o que estava em nós, mas que ignorávamos por nos faltarem as palavras” (…) “dispõe do poder (…) de desvendar uma verdade não transcendente, mas latente, presente em potência escondida fora da consciência, imanente, singular e até então inexprimível” (página 35-36).
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Por tudo isto e muito mais, Compagnon defende que “urge fazer novamente o elogio da literatura, protegê.-la da depreciação, na escola e no mundo” (… ) Enquanto fonte de inspiração, a literatura ajuda o desenvolvimento da nossa personalidade ou à nossa ‘educação sentimental’(…) Ela permite aceder a uma experiência sensível e a um conhecimento moral (…). Já que o próprio da literatura é a análise das relações sempre particulares que unem as crenças, as emoções, a imaginação e a acção, ela contém um saber insubstituível, circunstanciado e não resumível acerca da natureza humana, um saber das singularidades” (página 31). .
"A literatura deve, desde logo, ser lida e estudada pelo facto de proporcionar um meio – alguns dirão mesmo o único – de preservar e de transmitir a experiência dos outros, os que estão afastados de nós no espaço e no tempo, ou que divergem de nós pelas condições de vida.” (Continua).
(http://otambosi.blogspot.com/2012/01/para-que-serve-literatura.html)
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