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Andamos de automóvel a vida inteira e sequer imaginamos a maravilha da engenharia que está entre as rodas tracionadas: o diferencial. Com efeito, observa-se que, ao fazer uma curva, a roda externa deve ser tracionada mais rapidamente do que a roda interna, porque ela tem um percurso maior a realizar. Se as duas rodas fossem tracionadas igualmente, uma delas patinaria, sofrendo os desgastes da fricção com o solo e prejudicando sensivelmente o desempenho do veículo.
Como equacionar tal problema? Os engenheiros aceitaram o desafio e produziram o que é, a meu ver, a obra-prima da engenharia mecânica: o diferencial. Sabemos, desde então, que o diferencial funciona esplendidamente. Nós leigos nunca entendemos como e por quê ele funciona. Ainda que observemos um diferencial de automóvel aberto (sem a carcaça protetora), não conseguiremos entendê-lo. Hoje, todavia, graças à Internet, temos acesso a um despretensioso filme, produzido pela Chevrolet nos anos 30 do século passado, que nos faz entender, de uma forma surpreendentemente simples, o desenvolvimento da idéia. Uma pérola da didática! Parabéns ao professor!
Rode o filme e pasme – como eu fiquei pasmo – com a engenhosidade da aula:
Os diferenciais nos automóveis têm uma particularidade, apenas curiosa: se você suspende as duas rodas tracionadas e gira uma delas com as mãos, a outra gira ao contrário. Tente entender por quê, no desenho a seguir, de um diferencial típico, dotado de engrenagens planetárias e satélites.
Idêntica curiosidade acontece com os diferenciais dotados de esferas, muito usados na tração de carrinhos-miniatura (automodelismo). Confira no desenho a seguir.
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