O reporter Álvaro Pereira Junior encontrou o roqueiro nos Estados Unidos. Osbourne chega ao Brasil no fim de março para turnê em cinco estados.
O‘Príncipe das Trevas’ está a caminho do Brasil. Nos Estados Unidos, Ozzy Osbourne falou com exclusividade ao Fantástico.
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Ele já comeu um morcego vivo no palco, já amanheceu preso e não lembrava por quê. Na noite anterior, tinha tentado estrangular a mulher. Ele usou todas as substâncias proibidas já inventadas, mas conseguiu chegar aos 62 anos. Quem gosta de rock pira com a lista de musicas do show em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos: War Pigs, Iron Man e Paranoid. Só clássicos do Black Sabbath e do Ozzy Osbourne.
O repórter Álvaro Pereira Junior esteve exatamente no palco onde Ozzy se apresenta. No palco, há garrafas d'água. Se fosse na época do Black Sabbath ou mesmo alguns anos atrás, talvez não fosse água que se encontraria no palco.
Começa o show, perto de Miami, na Flórida. Ozzy parece incrivelmente disposto: pula, berra e dispara jatos de espuma na pobre plateia. No dia seguinte, ele encontra o Fantástico com passinhos curtos e meio encurvado.
Às vezes, nem escuta direito as perguntas, mas mostra a franqueza de sempre. “Estou muito cansado”, ele contou na entrevista que foi dada no final de fevereiro. “Faz muito tempo que estamos na estrada. Agora vou tirar umas semanas de folga e recarregar minhas baterias para América do Sul”, diz.
Aproveitando o papo sobre cansaço para perguntar de aposentadoria: “Eu não posso me aposentar. Isso aqui é mais do que um emprego – é uma paixão. Quero que meu público se divirta”, fulmina Ozzy, e ainda emenda no melhor estilo ‘Príncipe das Trevas’: “Quando eu me aposentar, vai ser quando estiverem pregando a tampa do meu caixão. Vou cantar até morrer”.
Aliás, Ozzy quase morreu várias vezes. Ele se entupiu de bebida, cocaína, calmantes e se envolveu até em um acidente bizarro em que um avião bateu no ônibus onde ele viajava. Foi em 1982. No desastre, morreu o guitarrista dele, o lendário Randy Rhoads.
“Às vezes, eu me belisco para me dar conta de como eu tenho sorte. É uma bênção”, diz Ozzy.
Ozzy foi o vocalista fundador do Black Sabbath, quatro caras pobres, nascidos numa zona industrial, sem perspectivas e que foram salvos pelo rock n’roll.
Ozzy saiu da banda no fim dos anos 1970, mas sempre rolam boatos de que ele pode voltar. Será? “A gente está conversando, mas tem muita coisa envolvida. Tenho falado muito com o Tommy Iommy, o guitarrista”. Quando pedimos detalhes destas conversas, ele fica meio bravo. “Não sei, não quero especular. Agora, se eles quiserem, eu vou”.
Se não quisesse ir, não precisaria. Apesar da pinta de vovozinho detonado, Ozzy é multimilionário. A carreira é comandada pela mulher, Sharon, uma raposa dos negócios. E foi dela o OK final para aquilo que transformou Ozzy de ídolo apenas do metal em uma figura reconhecida mundialmente: o reality show “Os Osbourne”. “Se eu me arrependo? Não. Se eu faria de novo? Também não”, afirma o roqueiro.
“Na TV, eu estava o tempo todo drogado. Meus filhos estavam drogados. Minha mulher teve câncer. E, olha, eu nem gosto de fazer TV. Só uns comerciais de vez em quando, como esse com o Justin Bieber”.
Justin Bieber? Pois é? Tudo começou quando, em um programa de entrevistas, perguntaram para Ozzy sobre o ídolo adolescente e ele mandou: “Quem é esse p**** de Justin Bieber?”.
Mas depois ele acabou fazendo um comercial com Bieber. Será que eles se deram bem? Ozzy zoa o moleque: “Ele foi legal, futuro candidato a um desses programas de TV de celebridades tentando largar as drogas”.
Ozzy está chegando ao Brasil. Ele toca em Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Rio e Belo Horizonte, de 30 de março a 9 de abril. Ele jura que se lembra de quando tocou no Rock in Rio, em 1985. Diz que foi “ótimo, fabuloso”, isso apesar de um fã ter atirado uma galinha no palco, na esperança de que Ozzy a mordesse.
No Rock in Rio, ele não devorou o animal, mas e desta vez? Será que Ozzy apronta alguma? Daqui a alguns dias a gente vai saber.
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