Visite http://www.johnsgrill.com/ e conheça o reduto predileto de Dashiell Hammett. Em San Francisco, dizem as boas línguas empapadas em scotch vagabundo que o autor escreveu lá boa parte de O Falcão Maltês, clássico imperdível da literatura noir eternizado nas telas por Humphrey Bogart. Início de fevereiro de 2011, precisamente dia 1o., terça-feira, aguardei durante 5 horas a chegada de El Tigre, mi perro Loco. Em vão, o cão danado não veio. O garçom começou a desconfiar de minhas intenções após o quinto pitcher of beer, mais ou menos o equivalente ao dobro de um british pint, leia 'páinte'. Ao meio-dia fazia não mais que 5 graus. Apesar do ar gélido, o capote estava um pouco over e contribuiu para que alguns 'ratos' com insígnias reluzentes fossem alertados pelo sacripanta que me servia. Estrelas grampeadas sobre o peitoral de seus uniformes azuis, saídos não sei de qual pocilga, entravam no recinto a cada 35/40 minutos. Obedeciam ao 'pedido de socorro' do atendente, renitente em apertar um 'botão de emergência' muito mal escondido ao lado da velha registradora. E foi assim durante o período em que esperava o infeliz do meu motorista.
O frio gelado e seco daquele fim-de-tarde de inverno, iluminado pelos primeiros neons que se acendiam no lusco-fusco da noite californiana, fez a temperatura despencar. Sombras assanhavam-se pela metrópole do noroeste americano. Meu Omega Speedmaster fundo negro, comprado em Chinatown de um 'japonezinho' ligeiro apesar de perneta, marcava quase cinco horas. Eu tinha combinado com o 'cadélo' que me buscasse pelas duas da tarde. Estava três horas atrasado. El Tigre iria pegar um Cadillac 72 emprestado com uma amiga sua (dele), uma velha puta anã chinesa, atualmente cafetina e traficante de um xarope vietnamita que deixava tudo com um colorido muito doidjo. Rosnou que sairia pelas 12 horas, estava alojado próximo ao museu dedicado a Jack London no East Bay, em Oakland, no outro lado da Baía de San Francisco. Deixaria duas 'mariposas' do bordel no início da Van Ness avenue, então me apanharia e iríamos tomar de assalto a pohha do escritório do safado do meu editor, no 23o. andar de um velho prédio de escritórios localizado nas imediações da Pine Street com a Battery Street, umas 10 quadras da Ellis St. onde fica o bar. O tal agente a quem eu juntei de pohhada no estacionamento de um blues bar em Los Angeles; de quem roubei a piranha loura-abóbora que o acompanhava e levei como rescaldo voluptuoso na fuga daquela noite sem estrelas. Desde aquele dia uns brutamontes andam tentando 'me achar'.
Eu não tinha escolha. Ele ainda me devia as passagens de volta ao mundo pela Star Alliance (leia alaiânce e os velhos posts com as aventuras de Les Paul Corvette e su Perro Loco pelo deserto Texano, deserto de Nevada, Mojave, pelas Caraíbas, o início com a morte do casal de velhos milongueiros na Boca em Buenos Aires...). O calote me obrigou a sair de Chicago de moto, cobrir os retalhos do que sobrou da Rota 66 em direção a Califórnia; tentar receber o E-Ticket prometido que me levaria até Frankfurt , tudo por uma destrambelhada rota pelo Oriente. Deu tudo errado, fui preso e julgado por um juiz balofo e maconheiro de olhos rubros, em uma birosquinha entre o Texas, o Novo México e o Arizona. Fui obrigado a me casar com uma mulher de 2 toneladas de bacon, sudorése acebolada e frieiras que pareciam o Grand Canyon. Depois, fui jogado por um índio de dois metros, misto de aviador, traficante e segurança do meritíssimo magistrado, em um barco pesqueiro tão imundo quanto seu desdentado capitão; atravessei furacões na pior temporada das Caraíbas dos últimos anos, com os porões abarrotados de crânios, farinha, rum, aguardente de milho e charutos Cubanos contrabandeado dos estoques de Fidel, até sossobrar na costa Texana e novamente ter de fugir da camarilha do juiz pelintra.
Não tinha perdão. Meu agente estava phlodido. Porém, para isso o filho de uma puta do meu 'cãozinho' de estimação tinha que aparecer com a m. do carro e me levar até Fisherman's Wharf para pegar Sam Bogart que vinha na barca de Alcatraz, aonde andava fazendo uns bicos de guia turístico. Faríamos o serviço e fugiríamos para antiga casa de Henry Miller, nos cliffs de Big Sur. Depois de dois dias seguiríamos para Monterey e cada qual zarparia em rumo desconhecido. O sarnento, contudo, deve ter ficado em uma blitz ou tá viajando com borboletas psicodélicas no xarope oriental. Já tomei uns 5 litros de cerveja e uns 8 shots de whiskey, que apesar de já devidamente mijados, deixaram embebedadas marcas em minha cachola agora meio zonza sobre pernas meio trôpegas. (to be continued)
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