Ausência de certas sequências de DNA seria o que nos torna humanos.
Grupo americano publicou resultados nesta quarta-feira (9).
O que nos torna humanos? O que nos separa dos animais? Segundo um grupo de cientistas dos Estados Unidos essa resposta não está naquilo que temos “a mais” que os animais. Está no que temos “a menos”.
Segundo a pesquisa, publicada na edição desta semana da revista científica internacional ‘Nature’, pequenos trechos de DNA que existem em chimpanzés e outros animais e que não existem em seres humanos são o que nos torna, de fato, humanos.
O DNA é composto tanto de pedaços de genes que “produzem” proteínas quanto de pedaços chamados “não-codificantes”. Esse segundo tipo controla a ação do primeiro. As sequências que “faltam” nos seres humanos em comparação com os animais são exatamente de DNA não-codificante.
Entre elas, está uma específica que controla um hormônio responsável pelo surgimento de pelos e ossos no pênis de chimpanzés e roedores. Sem ela, o órgão sexual masculino de seres humanos acabou diferente de outros animais. O fato de o pênis humano não ter osso é uma das razões pelas quais os cientistas acreditam que o Homo sapiens acabou desenvolvendo a monogamia.
Outra sequência “faltando” em humanos fica perto de um gene que controla a morte de neurônios para evitar o surgimento de tumores no cérebro. Sem ela, foi possível que o homem desenvolvesse um cérebro maior que o dos outros primatas.
De acordo com Gill Bejerano, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, essas “perdas” de DNA aconteceram ao longo da evolução da espécie. Ao todo, a equipe identificou 510 sequências de DNA em chimpanzés e outros animais que estão ausentes em seres humanos.
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