"Itália pode rever dupla cidadania de Dna. Marisa e Filhos"

Um SEDEX 10 postado em Brasília chegou nesse exato instante às minhas instáveis mãos. Tão-logo rasguei o envelope, apesar do tempo transcorrido dês a última epístola que me mandara, reconheci a letra firme e desenhada que dizia: -Escutei no cafezinho do Senado em uma rodinha de aparentemente insignes, e gostaria de acalmar os demônios que enlouquecem minha intemperança ouvindo um especialista em generalidades. Lembrei-me de me socorrer em suas luzes sobre a possibilidade de a Itália revogar a dupla cidadania da Dona Marisa e dos filhos do Presidente. Meu interesse reside na singela negativa dada pelo Consulado, porque instrui semelhante pedido em meu nome com uma Carta de Recomendação de Mussolini, Preto Velho de Goiânia de cujo caráter sem jaça há séculos por missiva lhe mencionei e que me confidenciou ter recebido um aviso do’além... Assim, abria a suma de suas inflexões meu Tio Acrópio, faxineiro das consciências turvadas pelas tentações carnais da vida, e que de quando em vez atende todo tipo de desesperançado, cornudo e adoentado da gengiva e de unha encravada, intestino preso e solto e mau-olhado - nas rodoviárias esparramadas em cada recanto de nossa imensa América cá debaixo. A América lá de cima já lhe denegara pedido similar, que encaminhou acompanhado com as homenagens de um tal Fidel. O papel de carta pardo empoeirado trazia um belo anagrama de cera a encimar-lhe o rosto. Não mencionava o entrevero diplomático em que o Ministério da Justiça enfiara o Brasil ao dar asilo político a Cesare Battisti, ex-capo do grupo "Proletários Armados pelo Comunismo" preso no Brasil em 2007, mas já condenado na Itália em 1993 à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos nos anos 1970. – Preclaro Tio Acrópio, ainda na noite sem estrelas que se avizinha vou consultar meus alfarrábios, a Rivista di Diritto, Studi di Diritto Civile e Lezioni di Diritto Processuale Civile, e ainda Instituzioni del nuovo processo civile italiano, porém, antecipo-lhe de plano em vôo raso não crer ...