quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Assalto ao BB - Preso o cabeça. Membros Fugiram

Ouvindo a notícia sobre um grupo de assaltantes desarmados, incluído um deficiente sem pernas, que ludibriou quatro funcionários de uma agência do Banco do Brasil no Sul da Ilha e saiu levando envelopes recheados de dinheiro, lembrei-me da coluna Vias de Fato do Jornal O ESTADO. Com irreverência moderna para época e sob a batuta de João Carlos "Cachorrão", que impunha limites não raras vezes ultrapassados pelas 'penas' de Angelo Medeiros e do signatário (mais tarde, Pedro Fernando e Edson), a coluna era uma resenha bem humorada dos casos policiais menos relevantes colhidos na RONDA, viagem diária por pelo menos 5 das 10 delegacias então existentes na Capital, Central de Plantão Policial (CPP), DEIC e eventualmente na PF, quando a merecidamente laureada Sonia Bridi - repórter da Globo em SC - nos escorregava uma 'pista'. Com um discutível humor afro descentente, ficaria assim a chamada da prisão do deficiente ilustrada por Clóvis Medeiros, artista e companheiro de redação que nos idos de 80/90 revezava com o saudoso Bonson a principal ilustração do editorial de O Estado e que às vezes emprestava a arte de seus traços à coluna: "Preso apenas o cabeça. Membros fugiram". Esse post é uma pequena homenagem às velhas redações esfumaçadas, como aquela de O Estado, em constante polvorosa pelo tilintar dos teclados de Remingtons e Olivettis, pelo humor dos quase 50 jornalistas que variava como uma biruta surrada por um pau de suli repentino, pela gritaria dos diagramadores esperando a revelação das fotografias e de editores malucos à espera de notícias que pingavam pelo telex. Uma modesta reverência a Carlos Damião, Mario Pereira, Urbaninho, Walmor Roberto, Willerding, PC, Chuá, Adriana e Carla, Luciana, Alessandra, Márcia, Peco, Paulo Pescoço, Paredes, Ivonei, Brígida, Cacá, Paulo Dutra, Hermínio Nunes, Gilberto Onça Gonçalves, Luiz Carlos, Marco e Caio Cezar, Sarará, dentre outras notas que se esgazeiam na pauta da memória, letreiro luminoso, intermitente até o silêncio definitivo no tempo (o post aguarda o desenho do Clovinho).

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