terça-feira, 13 de dezembro de 2011

LUTO - MOSQUITO deixou nas páginas do Tijoladas o nome daqueles que "ceifaram" sua vida, mas não conseguiram calar sua alma guerreira.



Em breve, alguns amigos jornalistas vão fazer uma resenha de todas as lutas que Amilton Alexandre, nosso Mosquito, travou. E o nome daqueles que denunciou estarão riscados no cabo do estilingue gigante com que atormentou com suas TIJOLADAS muitos dos que enfiaram despudorados as mãos entre as coxas da 'viúva' e se fartaram nas mamas fartas dos impostos que abastecem o erário. Não deu moleza e não teve, em contrapartida, moleza alguma. Um Quixote contra Moinhos moldados pela injustiça inexplicável de algumas decisões que lhe tolhiam o direito de falar. Exagerava na dose? N`algumas vezes exagerava na forma com que cavava as veredas em que pretendia enterrar os desmandos, a corrupção endêmica, os 'estelionatários' da coisa pública, os prevaricadores e toda uma camarilha de filhos-da-puta que atormentam quem acredita na Cidadania, na Ética e num Brasil melhor.

Nos conhecemos no Estreito, parte insular de Florianópolis. Mosquito morava perto da subida da Gaspar Dutra, após o Exército, aonde residiu boa parte de sua vida próximo ao Clube XV. Isso, desde o tempo em que se atravessava para Ilha pela "fila da ponte" Hercílio Luz. Substituíram os trilhos de madeira pelo asfalto e as filas só aumentavam até a construção da Colombo Sales, e não raras vezes dividimos o mesmo ônibus. O ponto final era na Praça Pio XII, ao lado das Americanas na Felipe Schmitt. O latão descia pela Conselheiro Mafra, circundava a Prç XV e voltava pela Felipe Schmitt. A placa da obra aponta maio de 1960, mas até o início dos 70 ainda se trilhava pelas guias de madeira.

Na volta pegávamos o ônibus do Canto ou o Balneário e ele saltava perto do Posto do Seu Maia (Meyer) e eu na Capelinha. No dia da Novembrada, enquanto eu sem entender nada atravessavaa Praça XV com um skate vindo de um half-pipe construído em Jurerê, vi o Mosquito se destacando na confusão recém iniciada. Depois, nos reencontramos já na UFSC e seu espírito contestador e libertário denunciava um futuro de lutas sem trégua.

Há cerca de um ano o Canga me ligou num domingo à noite avisando que o Mosquito estava internado na emergência do Celso Ramos com suspeita de infarto. Apesar de vir do Campeche, Sérgio Rubim foi mais rápido e acautelou-se solidariamente de tudo que o Mosquito precisava. Até médico particular. No hospital todos cuidaram dele com o respeito merecido. Uma história que está circunstanciadamente documentada no CANGABLOG. Estivemos juntos várias vezes, inclusive ia algumas vezes ao escritório falar de suas ações, trocar opiniões, pensava em parar, reclamava e resingava um pouco ao seu melhor estilo. Muito bem informado, recebia documentos que comprometiam metade da cacalhada que pôs e põe a mão na cumbuca.

Depois de algumas idas e vindas em sua bicicleta elétrica, Mosquito perdeu peso e ganhou confiança e a auto-estima subiu. Contou que recebeu uma oferta da Record, mas que nunca se concretizou. Mosquito era eclético, e tomava um café no Empórium, na Kibelândia ou num pé-sujo 'para profissionais' do balcão de linóleo com a mesma desenvoltura que lhe era peculiar. Diante da triste notícia, perde a cidade de Florianópolis seu mais aguerrido defensor, concordando ou não com suas idéias ou com a forma que as manifestava, perde o Brasil, perdem os AMIGOS. Perdem mais os que se calam covardes, perdem mais nossos filhos e netos que não terão uma cidade melhor e cujos negócios engendrados em seus subterrâneos serão menos, muitíssimo menos transparentes. Os ratos e ratazanas estão em festa. Que se phodam, pois o deles está guardado além das possibilidades da Misericórdia Divina!

2 comentários:

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Resta saber quem matou ele. Se fizessem uma fila de inimigos dele (desde políticos que ele incomodou até os respectivos "puxa-sacos", passando ainda por alguns empresários e respectivas famílias) na Ponte Hercílio Luz iria faltar espaço. Eu não acredito na hipótese de suicídio.

Gení Mafra disse...

"Diante da triste notícia, perde a cidade de Florianópolis seu mais aguerrido defensor, concordando ou não com suas idéias ou com a forma que as manifestava, perde o Brasil, perdem os AMIGOS."
Faço minhas estas palavras e também NÃO ACREDITO em SUICÍDIO!!!