"Olhe-se no espelho. Observe com atenção a imagem de seu rosto, de seus cabelos e de suas mãos. Note a pequena espinha que não estava lá ontem à noite; verifique se há algum novo fio de cabelo branco; repare nas marcas indeléveis da idade que vão se acumulando. Agora fique de perfil e repita aquela olhadela matinal – quase involuntária – que fazemos na esperança de perceber alguma mudança para melhor nos quilinhos a mais (ou a menos) em nossa cintura. A imagem refletida no espelho é seu corpo. Ou melhor, é apenas 10% dele, o conjunto formado pelos 100 trilhões de células humanas. Os outros 90% são invisíveis – e não são humanos. Trata-se de uma multidão com 1 quatrilhão de micro-organismos, um vasto ecossistema formado por centenas de espécies de bactérias, protozoários e fungos (sem falar num número desconhecido, mas supostamente bem maior, de vírus). Em sua grande maioria, esses micro-organismos são benéficos. Nós só estamos vivos porque eles existem..."
Estudá-los é o próximo passo de uma ciência iniciada há 150 anos, completados em 24 de novembro, quando Charles Darwin publicou A origem das espécies e elucidou o mecanismo da evolução por meio da seleção natural. É também a sequência natural do esforço do Projeto Genoma, que em 2001 mapeou o código genético do Homo sapiens. Agora, médicos e geneticistas tentam identificar os genes da flora microbiana que há dentro de nós. Iniciado em 2007, o Projeto Microbioma Humano é tocado por dezenas de laboratórios nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Num primeiro momento, seu objetivo é mapear os genomas das cem principais espécies de bactérias do sistema digestivo. Elas decompõem os alimentos, extraindo seus nutrientes e sua energia. Elas produzem vitaminas e hormônios necessários ao metabolismo e apoiam o sistema imune, vigiando contra a invasão de agentes infecciosos que causam doenças. MAIS D MESMO EM http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI107388-15224,00.html
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