DA SÉRIE: encontros raros do imaginário? Mistérios creditados às sendas da sorte podem explicar, talvez, meu encontro com um dos mais respeitados guitarristas de fusion, jazz ou do gênero que o freguês escolher ou melhor aprouver seus pré-conceitos. Noite de uma quinta ou sexta-feira de uns seis ou sete verões passados, estou chegando de uma corrida, a segunda do dia que dava em momento saúde-sarado daquele verão (que hoje de nada adiantou). Morava uns três meses num belo hotel recém inaugurado em Jurerê, apartamento confortável de frente para o mar emprestado por obra e graça de minha mãe (que lá de cima não me deixa mentir, sempre que envolvê-la em minhas croniquetas conforme nosso tratado escrito apenas em nossos corações, o meu pleno de uma saudade às vezes doída e aguda). Meus pais preferiam outro ponto da praia e aquilo era o mais próximo do paraíso que dispunha com minhas crias, então pequenas. Já era noite entrada, umas 8 e meia e o lusco-fusco dos longos dias de verão dava as caras, digo ditava as cores. Enquanto tomo uma ducha pra tirar o sal um cara aguarda a vez no chuveirão. Aparência acinzentada pelas luzes. Mais ainda em contraste com os turistas que já traziam curtidas no lombo as marcas implacáveis do sol dos trópicos. Deixo o chuveiro e mergulho na piscina térmica. O cidadão, então aguardado por mais duas figuraças deixa o chuveiro e mergulha na outra piscina externa, a fria, e ainda mais fria para o horário. Subi, me troquei e desci pra tomar o goró diário. O cara cujo nome desconhecia ainda nadava longas e lentas braçadas intermitentemente. Devo ter pensado - acizentado mas mais em forma que eu. No bar da piscina alguém arranhava algumas notas em um violão de naylon. Do teclado o músico disparava samplers com sucessivas bossas que eram timidamente acompanhadas ... segue num próximo post...
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