Cantor fará apresentação acústica no festival no próximo dia 13.
Performance intimista terá canções do Soundgarden e Audioslave.
Quase 11 anos depois da memorável apresentação na terceira edição nacional do Rock in Rio, o canadense Neil Young volta ao Brasil este mês para o SWU Music and Arts Festival 2011. Mas o músico, conhecido por canções como "Rockin' in the free world", "Ohio" e "Hey hey, my my (Into the Black)", participará do festival paulista apenas como palestrante em um dos painéis do Fórum Global de Sustentabilidade. Frustrado com a notícia, o cantor Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e fã incondicional de Young, vai tentar mudar esta história.
"Não sei se vou conseguir convidá-lo a tempo, mas adoraria tê-lo no meu show. Seria realmente maravilhoso poder tocar algo com Neil Young", comentou o cantor, que se apresenta no festival em 13 de novembro, às 18h30, no Palco Consciência.
Habituado aos altos decibéis das bandas Temple of the Dog e Audioslave, onde também foi cantor, desta vez Chris subirá ao palco para um show acústico acompanhado apenas por Alain Johannes — que tocou no SWU em 2010 com o Queens of the Stone Age. O formato, ele explica, dá mais liberdade para alterações repentinas de repertório e eventuais participações ilustres de última hora.
"O esquema 'voz e violão' permite essa intimidade e me dá a oportunidade de rever a carreira. Posso tocar canções das minhas ex-bandas ou qualquer cover que me vier à cabeça. Por conta disso, este é definitivamente o período mais feliz da minha vida no aspecto artístico", disse o músico, por telefone, ao G1.
No próximo dia 21, chega às lojas norte-americanas seu novo álbum solo, "Songbook". Gravado ao vivo, o CD é justamente uma amostra desta proposta — quatro canções podem ser ouvidas no site Sound Cloud, em streaming. Ao comentar sobre o trabalho, que além das versões pessoais para os hits de seus antigos grupos, contará com covers de John Lennon e Led Zeppelin, Cornell faz uma reflexão sobre seus mais de 20 anos de estrada e coloca o nome de Neil Young na roda novamente.
"Depois de décadas de trabalho, acho que músicos de rock deveriam pensar em expandir e ramificar a própria carreira. Neste aspecto, Neil Young é um grande exemplo. Já tocou com Booker T. & The MG's, Crazy Horse e Pearl Jam como bandas de apoio. De vez em quando, faz apresentações solo apenas ao violão. E, seu último disco de estúdio, 'Le noise', é um dos melhores álbuns que ouvi ultimamente. Isso tudo é muito inspirador para mim", reconhece o cantor.
Gritos e cartazes
No último mês de julho, Chris esteve reunido com os ex-companheiros de Soundgarden, o baterista Matt Cameron (que também toca com o Pearl Jam), o guitarrista Kim Thayil e o baixista Ben Shepherd, para uma breve turnê pelo Canadá e pelos Estados Unidos. O reencontro passou longe do saudosismo barato e oxigenou a criatividade do cantor, como ele próprio fez questão de destacar.
"É uma banda muito eclética, consegue transitar por vários territórios musicais. Qualquer artista que for capaz de compor músicas como "Jesus Christ pose" e, de repente, mudar a direção para algo do porte de "Black hole sun" ou "Zero chance" é ótimo. É uma força criativa que vai além do uso de uma fórmula para ganhar público", afirmou.
Aos fãs brasileiros, a quem chama de "calorosos" e "inesquecíveis", manda um recado: "Às vezes, acabo tocando músicas sugeridas pela plateia. Portanto, levem cartazes ou gritem bem alto, para que eu consiga ouvir", brinca o músico, que se apresentou no Brasil em 2007. "Esse tipo de coisa tira a previsibilidade de uma performance ao vivo. E é muito divertido".
Veja o repertório completo do novo álbum de Chris Cornell, "Songbook":
1 - "As hope and promise fade"
2 - "Scar on the sky"
3 - "Call me a dog"
4 - "Ground zero"
5 - "Can't change me"
6 - "I am the highway"
7 - "Thank you"
8 - "Cleaning my gun"
9 - "Wide awake"
10 - "Fell on black days"
11 - "All night thing"
12 - "Doesn't remind me"
13 - "Like a stone"
14 - "Black hole sun"
15 - "Imagine"
16 - "The keeper"
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