Drama de Asghar Farhadi foi o grande vencedor da mostra na Alemanha.
Cineasta já havia vencido prêmio de melhor diretor em 2009.
O Urso de Ouro da 61ª edição do Festival de Berlim foi atribuído este sábado (19) ao filme "Nader and Simin - a separation", um drama familiar do diretor iraniano Asghar Farhadi. Recebido com aplausos calorosos em sua exibição na terça-feira (15), o longa logo foi considerado um dos favoritos ao prêmio.
O trabalho de Farhadi, que ganhou o prêmio de melhor diretor pelo suspense "Procurando Elly" na edição de 2009 da mostra berlinense, traz para as telas a história de uma mulher que quer se divorciar para poder levar a filha de 11 anos para viver fora do Irã.
O pedido não é atendido, e assim ela e seu marido, Nader, concordam com uma separação informal, e a menina fica com o pai. Mas ele tem que cuidar do próprio pai, que sofre de mal de Alzheimer.
Para ajudá-lo em casa, Nader contrata uma jovem grávida, que trabalha escondida do marido. A decisão se revela trágica quando ela sofre um aborto espontâneo no trabalho e sua família culpa Nader pelo ocorrido.
"Trata-se de uma crise dos seres humanos de hoje e da questão da moral", explicou o diretor aos jornalistas. "Comparamos o que fazemos com padrões do passado. Aqueles padrões morais não podem mais ser aplicados diretamente, assim não há padrão que você possa usar como referência para as suas ações", emendou.
"Uma pessoa moderna com uma vida moderna tem muitos conflitos, por isso eu acho que as pessoas estão procurando por uma nova definição de moralidade", acrescentou.
Outros prêmios
O ganhador do Urso de Prata como segundo melhor filme foi "O cavalo de Turin", do diretor húngaro Bela Tarr. Ulrich Koehler recebeu o troféu de melhor diretor por "Sleeping sickness", que trata de uma família ocidental que realiza trabalho humanitário na África.
O prêmio de melhor roteiro foi concedido a Joshua Marston e Andamion Murataj por "The forgiveness of blood", que investiga a antiga tradição de feudos familiares que ainda vigora em algumas partes da Albânia até hoje.
O filme argentino "Ausente", dirigido por Marco Berger e exibido na categoria "Fórum", venceu nesta sexta-feira (18) o prêmio Teddy do Festival de Berlim, destinado ao cinema de temática homossexual.
O prêmio, que nesta edição completou 25 anos, foi entregue em uma festa realizada no antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, que atualmente recebe todo tipo de festas e desfiles de moda.
A cerimônia recebeu a visita do prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, assim como a do diretor do Festival de Berlim, Dieter Kosslick, e de outras personalidades da vida pública da capital alemã.
"Ausente" é o segundo longa-metragem de Berger, um thriller que trata do poder intimidador das aparências. A produção conta a história de um adolescente que persegue um adulto sabendo que, por ser menor de idade, a Justiça está do seu lado.
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