sábado, 31 de outubro de 2009

"acredito que sou uma espécie de superstição" diz Jorge Luis Borges em novíssimo lançamento brasileiro


Presente dado por Margranz em DVD é decupado e vira três volumes imperdíveis aos neófitos em Borges e aos antigos apaixonaos pelo controvertido escritor. A gravação do programa rodava mundo em cópias de CD e DVD. Agora está eternizada em letras de papel-e-tinta. 'Três volumes com diálogos de Jorge Luis Borges saem no Brasil'

"O diálogo é um dos melhores hábitos do homem, inventado, como quase todas as coisas, pelos gregos. Ou seja, os gregos começaram a conversar, e continuamos desde então", diz Jorge Luis Borges (1899-1986) ao discorrer sobre a qualidade literária dos bate-papos. O tom é coloquial, as referências, como sempre em se tratando deste autor, eruditas. São assim os textos que compõem os três volumes de diálogos entre o escritor argentino e o jornalista Osvaldo Ferrari. O conjunto é editado pela primeira vez na totalidade pela Hedra, em três títulos, "Sobre os Sonhos e Outros Diálogos", "Sobre a Filosofia e Outros Diálogos" e "Sobre a Amizade e Outros Diálogos". Trata-se da transposição dos mais de 90 diálogos que ambos mantiveram entre 1984 e 1985. Gravados, foram veiculados inicialmente pela Rádio Municipal de Buenos Aires. Depois, publicados no jornal "Tiempo Argentino". "Borges já estava cego, e conversar sobre os temas que o interessaram ao longo da vida era algo que lhe dava muito prazer", disse Ferrari, 61, o afortunado interlocutor, em entrevista à Folha, por telefone. Quando começaram, a proposta era sempre pegar Borges de surpresa. "O assunto era eu quem escolhia, na véspera, mas só na hora revelava. Se por acaso ele descobrisse antes, mudávamos", conta. Os dois se conheceram por meio de amigos em comum, os também escritores Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares. Ferrari era, então, muito mais novo que Borges. Tinha entre 35 e 36 anos, e o autor de "O Aleph", 84 e 85. As entrevistas aconteciam na biblioteca da casa do escritor, e o tom cortês e respeitoso permeava todo o papo. ... Ao falar da fama internacional, de viagens para dar palestras ou receber títulos, Borges mostra-se tímido. "Não sei se minha obra merece essa atenção, eu acho que não, acredito que sou uma espécie de superstição", declara a Ferrari. Dessas viagens, conta também anedotas curiosas, como as ocasiões em que foi questionado se eram reais algumas de suas criações, como o Aleph ou Funes --o primeiro, um ponto que abarca toda a realidade do universo numa casa em uma rua específica de Buenos Aires, o segundo, um homem que tem memória infinita. Disputa com a viúva Maria Kodama é a viúva de Borges e herdeira dos direitos autorais da obra do marido. Amigos e editores a acusam de fazer mau uso do tesouro que lhe foi concedido, impedindo reedições e biografias. Com Ferrari, não foi diferente. Teve uma disputa judicial, mas o jornalista ganhou. "Meus livros são livres, como queria o próprio Borges", conclui." A CHARGE é de http://www.uoregon.edu/~gcaprav/images/Jorge%20Luis%20Borges.jpg e vale espiar o site http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.uoregon.edu/~gcaprav/images/Jorge%2520Luis%2520Borges.jpg&imgrefurl=http://www.uoregon.edu/~gcaprav/html/mywork.htm&usg=__06PtrIif-85oOp6gu06knNsAyko=&h=777&w=567&sz=119&hl=pt-BR&start=9&um=1&tbnid=dIW8XOyfE7M29M:&tbnh=142&tbnw=104&prev=/images%3Fq%3Djorge%2Bluis%2Bborges%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1C1CHMG_pt-BRBR291BR340%26sa%3DN%26um%3D1

SOBRE O SONHO E OUTROS DIÁLOGOS
Autores: Jorge Luis Borges e Osvaldo Ferrari
Tradução: John O'Kuinghttons
Lançamento: Hedra
Quanto: R$ 20 (248 págs.)

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